Publicado em: 12/12/2016 16:49 | Fonte/Agência: Diário do Noroeste | Autor: Pedro Cardoso da Costa.
FRACASSO PERMANENTE DA EDUCAÇÃO.
Toda vez que sai um resultado de exames do Programa Internacional de
Avaliação de Alunos - PISA, o Brasil aparece lá na zona de rebaixamento.
No
último, em 2015, ficou em 60º, de 76 países avaliados em leitura,
matemática e ciências. Constatado o fracasso, como sempre surgiram os
discursos dos principais envolvidos a justificarem o fiasco, a
eximirem-se das responsabilidades e a colocar culpa nos
antecessores.
Os antecessores são eles mesmos, apenas em
postos diferentes. Quem hoje é ministro, ontem era governador ou
prefeito e assim segue. Também estou dentre aqueles com dificuldade de
encontrar as saídas. Mas, seguindo os demais, a responsabilidade é dos
outros. Minha não é. Ledo engano. Todos somos responsáveis pela
melhoria, ainda que não sejamos diretamente pelo desempenho nos PISAs.
Começamos mal pela cobertura que a mídia dá à educação.
Ninguém tem dúvida quanto à influência da televisão aberta na cultura
brasileira. Mas, duvido que alguém conheça um programa em algum desses
canais, que trate da educação
formal. Nem sei se ainda existe o
quadro “Soletrando” no programa do Luciano Huck. Era uma iniciativa boa,
na ausência absoluta de outras.
Os responsáveis pelas
televisões dizem que programas sobre educação não dão audiência. Por
isso, faltam patrocinadores. Mas o público precisa ser construído com a
habitualidade. É preciso existir os programas para possibilitar o
surgimento de um público alvo. Quem sabe alguma delas poderia
substituir algum de concursos de comida ou de música, a febre atual, por
algum que trate seriamente de educação. Mesmo as reportagens em
programas de notícia, jornais e revistas só falam de números, sejam de
escolas caindo aos pedaços, de ônibus aos frangalhos, de falta de
merenda, de quantidade de escolas invadidas. Vão além, apenas, quando é
para falar dos tais planos, metas e reformas do governo.
Os
grandes jornais não obedecem às regras defendidas por especialistas em
educação. Qualquer um grande jornal, quando se abre sua página na
internet, estará expondo de forma errada a abreviatura de horas. Eles
seguem o raciocínio de que o nosso erro é sempre irrelevante ou muito
simples. Professores são preguiçosos na sua grande maioria. Por
exemplo, é comum ameaçarem alunos se aparecerem na escola naquelas pontes entre feriados
e
fim de semana. Aulas de verdades só existem após semanas do início do
ano letivo e acabam um mês antes da data oficial de encerramento.
Alunos brasileiros não aprendem porque não estudam. Decoram itens,
números e até conceitos apenas para fazerem prova. Quem consegue nota
máxima sabe tanto quanto quem zera nas provas. Ninguém tem orgulho por
aprender algo, mas todos se orgulham pelas notas altas que tiraram
“colando”. Todos se alegram quando não têm aula ou o professor falta, e
ficam
tristes, raivosos se algum prolongar alguns minutos de aula
para completar um raciocínio. Só o espanto e a grita geral com os
resultados causam estranheza. E a novela “fracasso e desculpa” continua
como única receita de quem não se desenvolve em nada.
PS: Para os devidos fins, a partir de 7 de dezembro de 2016, o Brasil declara que tem um novo
Supremo. E este é Soberano!
ARTIGO
*Pedro Cardoso da Costa,
Bacharel em direito (SP).